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Dicas de Comunicação

Pessoas com dificiência auditiva:

1. Diminua o ruído e aumente a luz:

Áreas escuras e ruidosas podem ser situações difíceis de escuta, mesmo para pessoas com audição normal. Para as pessoas com perda auditiva, tais locais podem aumentar muito as dificuldades auditivas. Sempre que possível, se você se encontrar em uma área pouco iluminada ou ruidosa, convide seu interlocutor para ir a um local mais adequado.

2. Prepare-se:

Com um pequeno pré-planejamento é possível antecipar situações de dificuldade auditiva e, desta forma, diminuir seu impacto. Por exemplo, quando você sair para jantar, faça sua reserva para um horário menos concorrido (ruidoso) e diga ao seu anfitrião que você gostaria de sentar numa área bem iluminada e longe das passagens. De forma semelhante, chegar cedo a uma palestra ou reunião, permitirá que você escolha um assento que possibilite ouvir melhor.

3. Informe aos outros sobre a sua deficiência auditiva:

Quando você não entender o que foi dito, não peça simplesmente para o interlocutor repetir. Conte ao interlocutor que você tem deficiência auditiva e o que é útil para você (ou seja, “Por favor, olhe para mim quando você fala e fale um pouquinho mais devagar”).

4. Esteja atento:

Quando a audição é difícil, a pessoa pode com facilidade dispersar a atenção. Pratique prestar atenção ao falante, sempre. Prestar muita atenção às vezes pode ser exaustivo; então, prepare-se para alguns intervalos se a discussão ou a reunião for longa.

5. Olhe para o falante:

Embora você possa não ter tido nenhum treino formal em leitura labial, pesquisas demonstram que a adição de pistas visuais ao que escuta, pode aumentar a compreensão em até 20%. Sempre busque uma visão clara e não obstruída do rosto do falante. Uma distância ideal para trocas comunicativas é entre 1 metro e 1,5 metro.

6. Escreva:

Instruções e informações importantes ou palavras-chave como endereços, números de telefone, medidas, e assim por diante, devem ser sempre escritas para evitar confusões.

7. Seja específico sobre como outras pessoas podem auxiliá-lo a compreender:

Deixe os outros saberem quando você entendeu ou não o que foi dito. Tenha em mente que “Huh?” “O quê?” “Por favor, repita” são todos ineficazes, uma vez que não contam ao interlocutor o que seria útil. Afirmações como “Por favor, me olhe quando fala comigo ”ou “ Eu preciso que você fale um pouco mais devagar” são muito efetivas.

8. Tente não interromper freqüentemente:

Mesmo que interrompa freqüentemente para fazer um julgamento, sempre tente ser o menos obstrutivo possível. Às vezes, um sinal com a mão para o falante diminuir a velocidade de fala ou retirar a mão da frente do rosto, pode ser útil.

9. Forneça retroinformação:

Deixe as pessoas saberem o quão bem elas se desempenharam. Ninguém gosta de ouvir somente sobre o que é errado. “Seu volume de voz e velocidade estão bons”, “Estou entendendo tudo que você está dizendo” é um bom elogio e fornece informações importantes ao falante sobre a melhor forma de se comunicar.

10. Não blefe!:

Blefar tira de você a oportunidade de praticar boas habilidades de comunicação. O risco de não informar aos outros sobre sua perda auditiva é um aumento de ocorrências de más interpretações e da possibilidade de relacionamentos prejudicados.

11. Estabeleça objetivos reais:

Seja realista sobre o que você espera compreender. Se você está em uma situação de escuta quase impossível, pode ser melhor relaxar e deixar pra lá. Ambientes mais favoráveis de escuta virão.

12. Lembre-se que as próteses auditivas têm limitações:

Geralmente a utilização de equipamentos auxiliares pode tornar uma situação impossível de escuta em uma que é possível.

Dicas de comunicação para falar com uma pessoa deficiente auditiva:

1. Chame a atenção primeiro:

Esteja certo de chamar a atenção da pessoa com deficiência para ouvir, antes de falar. Dizer o nome da pessoa e esperar pelo consentimento antes de começar pode diminuir muito sua necessidade de repetições. De forma semelhante, tenha em mente que a pessoa com perda auditiva pode não ouvir os sons mais fracos de alguém entrando na sala. Chamar o nome da pessoa à medida que você se aproxima, ou bater na porta (mesmo se
a mesma estiver aberta) é um meio educado de alertar a pessoa de que alguém está chegando.

2. Fale frente a frente:

O falante nunca deve falar diretamente nas orelhas de alguém com perda auditiva, já que isto impossibilita que o ouvinte utilize as pistas visuais. Pesquisas mostraram que a adição de pistas visuais pode aumentar a inteligibilidade da fala recebida em até 20%.

3. Não coloque obstáculos em frente do seu rosto:

Sempre fale sem nada na sua boca. Cachimbos, cigarros, lápis, armações de óculos, mascar chiclete e assim por diante, são obstáculos para aqueles que apresentam perda auditiva e que podem utilizar as pistas visuais
dos lábios do falante.

4. Fale claramente e diminua a velocidade:

Diminua sua fala para uma velocidade normal-lenta para permitir ao ouvinte “acompanhar”. Pausas entre as sentenças também podem ser úteis.

5. Pergunte se sua voz está no volume adequado:

Não hesite em perguntar ao ouvinte se você está falando em um nível efetivo. Geralmente é útil falar um pouco mais alto que o normal, mas não grite. Muita intensidade pode, na verdade, distorcer o sinal da fala em uma orelha com perda auditiva, além de agudizar a voz e aumentar a velocidade. Já viu alguém gritar em tom mais grosso e devagar? A tendência é agudizar e aumentar a velocidade, fique atento!

6. Utilize expressões faciais e gestos:

Estes irão complementar o que você está dizendo. Expressões faciais não significam exagero na articulação das palavras. Exagerar a articulação não somente distorce os sons, mas também o rosto do falante, tornando a utilização de pistas visuais mais difíceis. As expressões faciais e gestos ajudam a clarear a mensagem vista nos lábios.

7. Aumente a iluminação:

Para maximizar estes sinais não verbais, esteja certo de que seu rosto está adequadamente iluminado. Lembre-se de que para a pessoa com dificuldade para ouvir, a comunicação face a face é obrigatória, sendo que a distância ideal para trocas comunicativas é entre 1 metro e 2 metros.
8. Explique o assunto:

Alerte o ouvinte com perda auditiva de que o assunto está mudando, quando variam os tópicos durante conversas em grupo ou individuais. Uma informação como a seguinte, pode ser útil: “Estamos falando sobre o jogo de ontem à noite, Tom.”

9. Reformule ao invés de repetir:

Se a pessoa com perda parece não ter compreendido o que foi dito, tente reformular a afirmação, ao invés de simplesmente repetir as palavras não entendidas. Freqüentemente, as mesmas palavras na sentença são perdidas durante cada repetição. A reformulação elimina muitas frustrações, isto é muito importante, mas, muitas vezes, subestimado.

10. Diminua o ruído:

Evite conversar se a televisão ou rádio estiverem ligados, ou se a máquina de lavar roupa estiver funcionando, e assim por diante. Se você está conversando com uma pessoa que tem perda auditiva, sugira à pessoa mudar para o outro lado da sala onde pode estar menos ruidoso.

11. Fale com as pessoas que apresentam dificuldade para ouvir, mas não sobre elas:

Freqüentemente os familiares podem evitar a necessidade de repetir falando com as pessoas ao lado. “Como vai o tio João?” pode ser dirigido para a tia Maria quando o tio João está há meio metro. Em tais circunstâncias, a pessoa com dificuldade auditiva torna-se, no mínimo, um membro marginalizado em qualquer situação de grupo.

12. Mantenha a paciência e senso de humor:

A comunicação com uma pessoa com dificuldade auditiva pode ser, às vezes, difícil.
Se você puder seguir estas diretrizes e permanecer paciente, positivo e relaxado, você verá os benefícios. Quando você torna-se impaciente, negativo e tenso, a comunicação fica ainda mais difícil.

13. Pergunte como ajudar:

Quando estiver em dúvida, pergunte à pessoa com dificuldade auditiva formas e sugestões para melhorar a comunicação entre vocês.
GAUAA comemora 5 anos

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A perda auditiva

Introdução

A perda auditiva não afeta somente as pessoas da terceira idade, pois 50% dos indivíduos com perda auditiva estão abaixo de 65 anos de idade e, em muitos casos, são crianças e adolescentes. A perda da audição em crianças afeta a linguagem e o desenvolvimento social. Atualmente há um crescente número de jovens com zumbido devido à exposição diária a ruídos. A dificuldade em ouvir não é apenas uma questão de não ouvir bem, além disso, este problema causa ao indivíduo grande esforço e extrema despensa de energia. A diminuição da audição pode ser parte de um processo de envelhecimento, entretanto, hoje existem recursos para minimizá-la, promovendo ao paciente uma comunicação melhor com sua família e amigos. No entanto, um grande número de pessoas convivem com a dificuldade auditiva durante anos, muitas vezes tendo recursos ao seu alcance, mas por falta de conhecimento, acabam por não buscar orientação ou a solução de seu problema. Nós, profissionais do Hospital Paulista, estamos à sua disposição para auxiliá-lo no seu processo de reabilitação auditiva.
Anatomia

O aparelho auditivo, responsável pela exterocepção dos sons, pode ser dividido, do ponto de vista funcional e anatômico, em periférico e central. O aparelho auditivo periférico, que engloba a orelha externa, a orelha média e a orelha interna, é responsável pela captação dos estímulos sonoros – energia acústica – provenientes do meio ambiente e pela sua transformação em energia elétrica. O aparelho auditivo central, formado pelos núcleos das vias auditivas do tranco cerebral e mesencéfalo, córtex auditivo temporal e vias subcorticais associativas, é responsável pelo processamento dos impulsos elétricos gerados pelo sensor periférico proporcionando a sensação de toalidade, intensidade e significado aos estímulos sonoros. O aparelho vestibular responsável pela propriocepção da posição da cabeça no espaço e importante sensor na manutenção do equilíbrio, localiza-se também na orelha interna.

Tipos de Perda Auditiva

  • Perda Condutiva – Orelha externa e Orelha Média
  • Perda Neurosensorial – Orelha interna
  • Orelha média e Orelha Interna
  • Perda Central – Nervoauditivo

Conhecendo a sua dificuldade auditiva

Existem diferentes tipos e graus da deficiência auditiva e são definidos pelo local onde o problema se apresenta. Podem ser:

Perda Leve

Perda Moderada

Perda Severa

Perda Profunda

20 a 40 dB 40 a 60 dB 60 a 80 dB Acima de 90 dB

A audição é considerada normal até 25dB (dB é a abreviação de decibéis, medida da intensidade sonora).